quinta-feira, 15 de maio de 2008

Millennium BCP com graves riscos na sua saúde!i


BCP previne o mercado dos riscos que corre em consequência das investigações em curso
Lisboa, 05 abril.
- O BCP advertiu o mercado dos riscos que corre, com efeitos negativos na actividade, resultados das operações e situação financeira, se houver decisões contra a instituição resultantes das investigações em curso sobre operações que fez com sociedades off-shore.
"O banco corre o risco de ser objecto de sanções de natureza civil, administrativa ou outra, incluindo coimas, dependendo do resultado das averiguações e procedimentos em causa", previne o Banco Comercial Português no prospecto do aumento de capital cujo período de subscrição começa na próxima quinta-feira.
Além das consequências das investigações por parte das autoridades portuguesas, acresce ainda que "pode ser objecto de averiguações ou procedimentos por parte de outros reguladores", ou ser alvo de "litígios, em Portugal ou qualquer outro lugar, por parte de accionistas ou de terceiros".
Estes litígios, "se decididos em desfavor do banco, podem originar perdas significativas para o banco e fazer baixar os ratings" [avaliação que influencia as taxas a que a instituição se financia no mercado].
Todas estas acções, se resultarem em decisões em "desfavor do banco poderão ter um efeito negativo relevante na sua actividade, resultados das operações ou condição financeira".
Outra consequência que o banco não descarta, pelas infracções que porventura lhe venham a ser imputadas, é ter que vir a fazer novos ajustamentos à situação líquida, a somar à operação já feita este ano, com o abatimento de 300 milhões de euros.
"Não pode ser garantido que não sejam exigidos ao banco novos ajustamentos", lê-se na informação constante num capítulo sobre "factores de risco" integrado na documentação sobre o aumento de capital.
O BCP revela também pela primeira vez os resultados da auditoria interna que fez sobre as actividades das off-shores financiadas pelo banco que estão a ser investigadas.
Em síntese, revela que, entre 1999 e 2002, sociedades sedadas em centros off-shore adquiriram acções do banco, financiadas por este, que ascendiam em Novembro de 2002, a cerca de 5 por cento do capital social.
Descreve que as acções foram vendidas depois a um grupo empresarial, com actividade no imobiliário, e este assumiu "um passivo líquido para com o Banco de 450 milhões de euros", explica as posteriores transacções com a sociedade Comercial Imobiliária e a ligação desta empresa ao Projecto da Baía de Luanda.
Finaliza informando que "o Banco detém 99,9 por cento do capital social da CI, e, indirectamente, de 54 por cento dos benefícios futuros no Projecto da Baía de Luanda, (participação essa que, segundo duas avaliações independentes efectuadas em Setembro de 2007, está avaliada entre 278.8 milhões de euros e 231.6 milhões de euros)".

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